Por Rabino Shalom ArushTraduzido e adaptado por Ytschac Soher benAvraham
Estamos todos convidados para o grande evento: O magnífico casamento que ocorrerá em Shavuot, a festa da entrega da Torá! Trata-se do Casamento do Povo de Israel, a noiva e D’us, Rei do Universo, o noivo.
Estamos todos convidados para o grande evento: O magnífico casamento que ocorrerá em Shavuot, a festa da entrega da Torá! Trata-se do Casamento do Povo de Israel, a noiva e D’us, Rei do Universo, o noivo.
O Criador dá a Ketubá a cada membro do povo judeu, de uma forma especial que se encaixa perfeitamente a cada pessoa. D’us se dirige a cada um de nós individualmente e proclama: “A Torá é unicamente para ti”…
Construindo uma relação de amor
Estamos todos convidados para o grande evento: O magnífico casamento que ocorrerá em Shavuot, a festa da entrega da Torá! Trata-se do Casamento do Povo de Israel, a noiva e D’us, Rei do Universo, o noivo.
É um convite que vem desde a antiguidade: um pedido escrito muito tempo que voltamos a receber a cada ano. Esta tenda nupcial (Chupá) e este casamento terão um lugar a cada ano no mês de Sivan, no momento da entrega da nossa sagrada Torá.
Para que o noivo tenha um vínculo de amor com sua noiva, ele deve saber que ela é a única mulher para ele em todo o mundo, desde o momento em que a escolheu para ser sua noiva. Por quê? Porque a partir do momento que ele sabe que sua noiva, esta é a sua esposa para com ela conviver os seus cento e vinte anos, e que ela é a única mulher no mundo para ele… então ela é sua verdadeira companheira, um casal “formado no céu”.
A noiva deve também cumprir as condições que lhe é exigida, como Por exemplo, vestir-se com recato (também antes do casamento, mas muito mais depois de casada). Também, ela, tem que saber que para ela seu noivo é o único homem, que ele é o seu verdadeiro companheiro, formado no céu.
No momento em que o casal está ciente disso, então, conseguirão construir um relacionamento amoroso. Somente assim os dois podem criar o casamento que foi prometido um com o outro sob a tenda nupcial (Chupá). Unicamente assim podem ser como Adam e Chava (Adão e Eva) no Jardim do Éden e terão o mérito de receber a benção que é recitada sob a tenda nupcial,“Alegrem-se os amados companheiros como antigamente se alegraram tuas criaturas no Jardim do Éden”.
Nesta benção pedimos a D’us que alegre os corações do jovem casal igual como alegrou Adam e Chava no Jardim do Éden. Nós oferecemos nossos desejos de que sejam felizes um com o outro e que cada um veja o outro como seu único companheiro.
Como é que o casal chega à harmonia conjugal? Quando cada um não compara o seu companheiro com nenhuma pessoa no mundo. Assim como Adam e Chava eram as únicas pessoas que viviam no mundo, assim também o marido e a mulher devem estar totalmente leais um para com o outro, sem nunca comparar o seu companheiro com outra pessoa.
O Casamento do Criador com a nação judia
Em 6 de Sivan, é o dia da Outorga da Torá, o povo de Israel avança como uma noiva em direção a tenda nupcial e nesse dia recebe a Ketubá, o contrato de casamento, das mãos do Rei do Universo. D’us ama o povo de Israel, que é a Sua noiva, com um amor poderoso e eterno, como está escrito: “Com um amor eterno Tu nos amou, ó D’us.” Ele compromete a si mesmo com esta Ketubá a dar-nos todo o bem do mundo inteiro, nos fornecendo o sustento, cuidar de nós e nos amar, assim como o noivo no contrato de casamento se compromete a tratar sua noiva.
O Noivo, D’us ama a Sua noiva, o povo de Israel e atende a todos os requisitos esperados do noivo. A noiva deve também amar o seu noivo e cumprir com suas obrigações para com ele. mas o que ocorre se ela se desviar? E se ela olhar em outras direções? E se ela se deixar levar pelo mundo físico; amar o mundo material, com seus falsos brilhos e sua amarga sedução?
Como se pode manter esse relacionamento genuíno e sagrado se a noiva é levada para os campos estrangeiros? Essa não é a maneira de aceitar o contrato da Ketubá, que é a sagrada Torá. Aceitar a Torá não é uma frase vazia, sem conteúdo: “Eles aceitaram a sagrada Torá” não significa que eles aceitaram o livro e, em seguida, deixaram-no na prateleira para juntar poeira. Isso não é considerado “aceitar a Torá.”
Aceitar a Torá significa estudá-la! A Torá é relevante para cada um de nós, de modo muito pessoal e muito individual. O Criador dá a Ketubá a cada membro do povo judeu, de uma forma especial que se encaixa perfeitamente a cada pessoa. D’us se dirige a cada um de nós individualmente e proclama: “A Torá é unicamente para ti”
Como encontramos nós mesmos na Torá
Basta abrir a Torá e contemplá-la que podemos obter as diretivas relevantes sobre a forma de viver a vida, bem como o aconselhamento e encorajamento que precisamos para fortalecermos e despertarmos. A Torá contém as ferramentas necessárias para enfrentarmos as dificuldades e desafios que encaramos na estrada ao longo da vida. A Torá contém ética que nos ajuda a descobrir e corrigir os nossos erros, e nos darmos conta que o Criador cuida de nós, tanto no nível individual como a nível global.
“Então eu disse: ‘Eis que eu Cheguei’ No rolo do livro está escrito de mim. Cumprir a Tua vontade, meu D’us, eu desejo; e Tua Torá está nas minhas partes mais internas.” (Salmo 40:8-9).
Rebe Nachman de Breslev disse que cada vez que estudamos um livro (seja Mishná ou Talmud), devemos encontrar nele a nós mesmo. Devemos descobrir a ética que se aplica a nós como indivíduos, bem como conselhos relevantes que D’us está nos dando, através das palavras do livro – O livro. Este é o sinal de que “querem cumprir com a Sua Vontade”, continua Rebe Nachman, o sinal de que a noiva cumpri com a vontade do noivo. (Likutey Moharan 121).
Quando buscamos está ética em todo livro que aprendemos, isso mostra que estamos procurando a proximidade do Criador e que queremos servir HaShem. No entanto, se a aprendizagem é para a arrogância, em outras palavras, se somente queremos aperfeiçoar nosso intelecto e adquirir mais informações, não estamos tratando de cumprir com a vontade de nosso Criador. Pelo contrário: estamos apenas nos afastando do nosso verdadeiro propósito na vida.
A arrogância
Rebe Nachman nos adverte que devemos afastar-nos o mais longe possível da arrogância, porque quando a pessoa é arrogante, acredita que suas conquistas são o resultado de “Minha força, e o poder de minha mão, me trouxeram todo esse sucesso.” Então, se afasta da verdade, de conhecer a verdadeira e única realidade: a de que D’us criou, dirige e supervisiona a criação e todas as suas criaturas.
Um dos meus alunos abriu uma fábrica na Diáspora (ultimamente tenho ouvido que há uma filial em Israel), que produz uma trava que se abre para reconhecer as impressões digitais de seu dono. A pessoa pode comprar essa lingueta para a porta da frente de sua casa e ajustar a lingueta para reconhecer as impressões digitais de toda a sua família. E como não precisam mais usar chaves, param de se preocupar com a possibilidade de perder as chaves e ter que trocar a fechadura.
Para toda pessoa estranha se encontra impossibilitado de abrir a fechadura, porque cada indivíduo tem suas próprias impressões digitais. Que Supervisão Divina mais incrível! HaShem criou cada pessoa como um indivíduo único e insubstituível, diferente de todos os demais.
Rebe Nachman de Breslev nos adverte fortemente para termos cuidado com a arrogância, porque a arrogância faz com que a pessoa se afastar HaShem. O arrogante é incapaz de ver as maravilhas da Criação e as maravilhas do Criador.
Duzentos anos atrás, Rebe Nachman de Breslev disse que D’us faz a mesma coisa duas vezes. Cada indivíduo é único e singular. Nunca houve e nunca haverá duas pessoas exatamente iguais. Cada criação é individual, diferente de todos os demais em todo o universo.
A constante renovação
A Supervisão Divina se assegura de que não há duas criaturas iguais porque, em Sua incrível bondade, D’us renova cada dia o ato da Criação.
Isto pode ser ilustrado com um exemplo: quando pronunciamos uma brachá – benção para o fruto de uma árvore, dizemos: “Quem cria o fruto da árvore”, usamos o tempo presente, porque o Criador renova a cada dia, em Sua grande Bondade o ato da Criação. Não dizemos a brachá em uma fruta que foi criada durante os seis dias da Criação, mas abençoamos o fruto que foi criado como resultado da renovação do ato de criação.
Como é que vamos erradicar a arrogância, para que possamos alcançar um relacionamento mais profundo com o nosso Criador?
Rebe Nachman de Breslev afirma que algumas pessoas pensam que o mundo necessariamente deve existir, mas eles estão equivocados. D’us é o único que necessariamente deve existir, enquanto o mundo tem apenas uma “possibilidade” da existência, porque D’us poderia ter escolhido não criá-lo. No entanto, agora que há um povo judeu, o mundo também tem que existir, porque o mundo inteiro foi criado para povo de Israel (Likutey Moharan 52).
D’us criou o mundo para o povo de Israel. Nós somos o propósito de toda a Criação! Por isso, depende de nós descobrirmos o propósito de nossa criação.
“A principal razão pela qual D’us criou o mundo é para cumprirmos a Sua vontade e nos agarrar a sua própria raiz. Isso significa que devemos retornar e permanecer incluídos nEle, porque toda a existência precisa dEle e com esta finalidade tudo foi criado”(ibid).
De que forma obteremos o mérito de estar conectado e permanecermos incluído em D’us?
“Isso só é possível unicamente através do bitul, da abnegação. Devemos negar a si mesmo completamente, para permanecermos incluídos na Unicidade de D’us” (ibid.).
Isto significa que devemos encontrar a nossa humildade e nossas falhas “No rolo do livro está escrito de mim.”
O que é que impede a pessoa de permanecer incluída em seu Criador? Por que não se pode negar a si mesmo e permanecer integralmente incluído em seu Criador? Por culpa da arrogância! Apenas o “eu” e “Minha própria força, e o poder de minha mão” é o que impede a pessoa se conectar com o Todo-Poderoso. A arrogância é a única capaz de impedir que a pessoa veja que as maravilhas deste mundo são guiadas pela mão de D’us!
“Através da arrogância, o coração e os olhos das pessoas estão fechados e não podem ver as maravilhas de HaShem e temê-las” (O Livro dos Atributos).
O Bitul (Anulação do ‘Eu’)
Toda a criação é preenchida com as maravilhas da D’us, mas a arrogância fecha os olhos e o coração da pessoa, e, portanto, não pode perceber. “A pessoa arrogante não tem o privilégio de entender que D’us governa tudo.”
Só quando negamos a nós mesmos, o que significa que destruímos nossa arrogância, é que somos capazes de perceber essas maravilhas e darmos conta de que há um “Dono do Castelo”. Há Alguém que nos protege! Há um Criador do Universo!
De que forma nós eliminamos nossa arrogância? “através da fé podemos quebrar a arrogância”(ibid.). Através da fé, preparamos um receptáculo para aceitar toda influência Divina, como está escrito: “O homem de fé tem muitas bênçãos”.
Como alcançamos esse nível de fé, que conduz ao bitul? “Só se pode alcançar o bitul através da Hitbodedut. Quando estamos isolados e conversamos com o seu Criador, estamos negando nossos desejos físicos e nossos defeitos, até que finalmente negamos todas as nossas tendências materialistas e permanecemos incluídos em sua Raiz.”
Rebe Nachman acrescenta: “Quando se está isolado e conversando com o seu Criador e distancia seu coração de todas as ocupações deste mundo para merecer o bitul, então merece que a sua alma esteja envolvida no que ela precisa em toda sua existência, como mencionado acima, e todos os mundos serão incluídos em sua alma, e ambos são então incluídos Naquele que toda a existência precisa.”(ibid.).
Através das palavras da reza, o apaziguamento, a apreciação e graças ao Criador por tudo o que Ele, e somente Ele, nos difundir generosamente, podemos alcançar este bitul. Sim. É preciso muito esforço e muito tempo, mas ao final mereceremos permanecer incluídos em nossas raízes, desenvolvendo um verdadeiro relacionamento com o Criador.
Os preparativos para o Casamento
Assim como a noiva deve se preparar para o dia de seu casamento: com humildade, com recato e com um forte desejo de criar uma relação genuína e eterna com seu noivo, o Rei dos Reis, ela deve aceitar de bom grado a Ketubá que Ele preparou para ela. Cada judeu vá ao seu próprio casamento pessoal com o Criador e aceite a Torá. Não deveríamos simplesmente aceitar a Ketubá de D’us, mas sim também devemos aprender com nossa mussar pessoal, como afirmou Rebe Nachman: “Isto significa que se deve obter mussar (ética) para si mesmo e ver seu próprio erro e suas próprias falhas em cada lugar e em cada livro sagrado”. Isso é um sinal de que você deseja cumprir a vontade de HaShem, Bendito Seja.
Que o Criador nos conceda cada um de nós, o povo de Israel, de ir à tenda nupcial e aceitar a Ketubá, ou seja, a sagrada Torá, e descobrir a ética especial e única que está dirigida individualmente a cada um de nós. E cada um de nós possa começar a entender o que devemos fazer como indivíduos únicos e insubstituíveis, negando nossa arrogância e permanecendo incluído em nossa Raiz, nosso Pai Celestial.
Que tenhamos o mérito de alcançar nossa completa retificação espiritual prontamente em nossos dias, Amen!

É sempre bom conhecer novas culturas. E é super importante está casada com todo o amo, com o Deus que "vocês" acredita.
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